sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Low Poo

Uma técnica de cuidado para os cabelos que me parece muito interessante é a Low Poo e a No Poo. Elas consistem em eliminar alguns componentes da rotina de cuidados capilares, com a intenção de melhorar o aspecto e saúde dos fios.

Como foi dito no post Fio por fio, alguns surfactantes são muito agressivos para os cabelos. Ao invés de apenas limparem os excessos como poluição e restos de finalizadores, eles acabam por destruir a camada lipídica dos fios. Isso explicou muito do que eu venho pesquisando há anos sobre cabelos porosos, que é o grande problema dos meus cabelos. Meus fios ficam porosos com muita facilidade, e devido à isso tenho uma dificuldade enorme de domá-los.  Ficam cheios de frizz, e com aquele volume esquisito. As ondas do cabelo não ficam definidas, como se cada fio resolvesse voar sozinho pela cabeça.

É um assunto muito comentado nos blogs. Já li até pessoas com cabelos lisos e oleosos que aderiram à técnica e obtiveram melhoras no aspecto dos fios. Para quem tem cabelo seco, mais grosso e/ou cacheado as técnicas ajudam a diminuir a destruição das escamas dos fios, e com isso o cabelo não ficar tão ressecado nas pontas. E para quem tem cabelo mais fino e/ou oleoso, aparentemente obtém uma melhora pois você permite que o couro cabeludo se re-equilibre e produza a quantidade  adequada de sebo (pois entende-se que os sulfatos retiram por demais o sebo do couro, e isso faz com que o organismo pense "poxa, se está TÃO SECO assim, deixa eu produzir uns 200% para compensar" hahaha e é nisso que os cabelos ficam extremamente oleosos).

No caso do No Poo não se usa nenhuma espécie de shampoo, lavando os cabelos com condicionadores. Para o Low Poo a ideia é que se use shampoo a cada 7 ou 15 dias, e somente shampoo sem sulfato.

O interessante de observar também é que como nas duas técnicas não há o uso do sulfato, muitos outros componentes também devem ser eliminados das prateleiras. Algumas máscaras e finalizadores contém derivados de petróleo, como parafina líquida e óleo mineral, que causam o efeito build-up, pois não são solúveis em água, então é necessário o sulfato para retirar o excesso desses produtos. Outros componentes artificiais como a Dimeticona (dimethicone, dimethiconol, etc) também não são solúveis em água, então necessitariam também de shampoo com sulfato na lavagem.

Há um bom tempo eu já eliminei completamente da minha vida os produtos com derivados de petróleo, porque deixam o cabelo com o aspecto ruim após algumas utilizações - e lavando com shampoos leves. Já a dimeticona ainda existe queridíssima, pois ela ajuda em alguns aspectos do cabelo (pretendo fazer um post mais para frente sobre isso). Então necessito usar shampoos com sulfato.

Estou naquele momento de começar ou não uma Low Poo... E agora?
Porque minha raíz não é seca, acho que a No Poo não seria tão legal.
Se eu começar aviso pelo blog e pretendo postar os resultados que for obtendo :)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pós-Shampoo Bio Extratus Queravit



Enviei um e-mail para a Bio Extratus solicitando mais informações sobre o pós shampoo da linha Queravit e achei a resposta deles muito completa, cheia de informações, até a mais do que eu havia solicitado (o que é bem raro nesses casos pela minha experiência). Veja as informações que eles me deram:

"Muito obrigada por oferecer-nos a oportunidade de comunicar com você.

O Pós-shampoo da Linha Queravit é muito rico em queratina, que nutre internamente a fibra capilar. Por este motivo, indicamos o seu uso imediatamente após o shampoo, quando as escamas ainda estão abertas. Além de nutrir, este produto promove o fechamento das cutículas através da neutralização das cargas negativas deixadas pelo shampoo.

A fórmula do Pós-Shampoo Queravit não tem como finalidade a hidratação e sim a reparação de danos. Por isso, as pessoas de cabelos mais ressecados precisam aplicar um produto com alto potencial hidratante após o fechamento das cutículas para terem o resultado ideal: fios mais saudáveis, brilhantes e hidratados.

O modo correto de usar o Pós Shampoo é:

1) Lave os cabelos com shampoo. Enxágue.
2) Aplique o Pós Shampoo Queravit por toda a extensão dos fios, massageando suavemente. Deixe agir por um minuto e, se necessário, aplique a Máscara Capilar Bioreconstrutora Queravit. Enxágue.
3) Utilize finalizador se necessário

Tanto a máscara quanto o condicionador possuem atividades hidratantes e condicionantes, porém o equilíbrio entre estas duas funções é diferente. A máscara tem maior concentração de ativos e de substâncias hidratantes, enquanto que a capacidade de condicionamento é maior no condicionador.

A escala de pH varia de 1 a 14, sendo que pH neutro é igual a 7, abaixo deste valor é acido e acima é básico.

O pH da queratina (principal componente do fio de cabelo) é ácido e está em torno de 3,8. Portanto, os produtos capilares como shampoos, condicionadores e banhos de creme devem ser formulados com o pH ácido, pois o pH neutro já se torna mais agressivo aos cabelos.

Produtos que possuem pH básico são aqueles que interferem na estrutura do cabelo, causando danos aos mesmos, com os alisantes por exemplo.

Os shampoos da Bio Extratus têm pH que variam de 6,0 a 6,5, necessário para limpar sem agredir os fios e os condicionadores e banhos de Creme  têm pH de 4,0 a 4,5.


Veja abaixo a relação dos pHs de todos os nossos produtos.

LINHA QUERAVIT   
Condicionador: 4
Finalizador: 5
Máscara: 4
Megadose: 4,5
Pós Shampoo: 4,5
Sh. Antirresíduos: 6,5
Shampoo Hidratante: 5,5
  
Sua comunicação é muito bem vinda. Sempre que precisar, conte conosco.
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Monica Vieira
Analista de Marketing de Relacionamento
correio-e: sac@bioextratus.com.br
Bio Extratus Cosméticos Naturais Ltda.
Página: www.bioextratus.com.br
Blog: www.amobioextratus.blogspot.com
Tel.: (31)3855-3010"

E vocês, já experimentaram esse produto? Qual sua opinião? :)

PS: Fiz uma resenha sobre esse produto AQUI!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fio por fio

© Rita Wagner/LME-IFUSP
"Enrolado em forma de concha, o penteado da atriz Kim Novak em Um corpo que cai é um ícone do poder de sedução do cabelo. No suspense de 1958 de Alfred Hitchcock, seu coque louro-platinado arrebatou o coração do detetive interpretado por James Stewart, em uma cena que não se restringe às telas de cinema. No mundo todo cabelos fartos e brilhantes atraem a atenção de homens e mulheres e são considerados símbolo de juventude, saúde e poder, inclusive por pesquisadores brasileiros que começam a descobrir como os cosméticos agem sobre os fios.

Assim como o personagem bíblico Sansão perdeu sua força descomunal quando Dalila mandou cortar-lhe os cabelos, a queda progressiva dos fios reduz a auto-estima, faz as pessoas se sentirem menos atraentes e as torna socialmente retraídas, problema que, segundo estudos europeus, afeta mais intensamente as mulheres e os homens mais jovens. Além da importância para o bem-estar psicológico, comenta a dermatologista Fabiane Mulinari Brenner, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o cabelo está impregnado de significados socioculturais. O estilo definido por um corte ou penteado indica a que grupo social uma pessoa pertence e, por vezes, a posição que ocupa, motivo por que em geral se impõe a raspagem dos cabelos a recrutas militares, criminosos e prisioneiros de guerra como forma de eliminar a individualidade e subjugá-los à autoridade, lembra o psicólogo norte-americano Thomas Cash em análise sobre o assunto publicada anos atrás.

Ante tantos valores atribuídos à cabeleira, parece natural que quem exibe cabelos atraentes queira preservá-los e quem não tem queira transformá-los em madeixas à la Gisele Bündchen ou Rodrigo Santoro com a ajuda de xampus, condicionadores e outros tratamentos de beleza. A indústria de cosméticos, claro, há tempos identificou esse filão e investe pesado no lançamento de produtos que prometem restaurar os fios ou deixá-los mais volumosos e brilhantes, como se nota nas revistas femininas ou nos comerciais de televisão. Os dados mais recentes da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, que reúne as maiores empresas dessa área, reafirmam o sucesso comercial do setor: a produção de cosméticos para cabelos cresceu cerca de 50% de 2003 a 2006, alcançando 458 milhões de toneladas, e as vendas mais que dobraram, atingindo US$ 2,2 bilhões no ano passado. Mas será que todos esses produtos de fato funcionam?

A resposta que começa a emergir de estudos conduzidos por instituições de pesquisa sem conexão com a indústria nem sempre agrada os fabricantes de cosméticos. Em alguns casos, corrobora impressões que as mulheres adquiriram ao longo de anos em salões de beleza; em outros, destrói mitos sedutores construídos por campanhas publicitárias. Testes feitos pela equipe da química Inés Joekes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostram que xampus e condicionadores funcionam para limpar os cabelos e deixá-los mais fáceis de pentear, mas não promovem a recuperação dos fios danificados a que se propõem diversos produtos. Nem poderiam.
O fio de cabelo é um tecido morto, incapaz de se regenerar depois de formado, lembra Fabiane, especialista em doenças do couro cabeludo. Por essa razão, a melhor forma de manter uma cabeleira vistosa e bem-nutrida é por meio de uma dieta equilibrada e rica em proteínas e ácidos graxos, afirma a dermatologista paranaense. Há quatro décadas pesquisas demonstraram que a carência de nutrientes como o ferro favorecia a queda de cabelos, mesmo em mulheres que não sofriam de anemia, além de deixar a pele e os próprios cabelos ressecados, com a textura de palha. Mais recentemente estudos associaram a carência do aminoácido lisina, um dos componentes das proteínas, encontrado em carnes vermelhas, peixes e ovos, à perda desses preciosos fios. Dona de longas mechas castanhas, Fabiane adverte, porém, que é preciso cuidado com os excessos: Vitamina A além do recomendado aumenta a queda de cabelo e não deve ser consumida sem orientação de um médico ou nutricionista.

O simples uso diário de xampu faz mais do que eliminar as partículas de sujeira, de poluição e o sebo do couro cabeludo que se acumula nos fios. Ele é tão eficiente que remove até mesmo pequenas partes do próprio fio, contribuindo para produzir danos microscópicos em sua estrutura, alterar a cor e torná-lo mais quebradiço, em especial nas pontas, como comprovaram Inés e a química Carla Scanavez.

Em experimentos no laboratório de físico-química aplicada da Unicamp, Carla decidiu verificar o que cuidados simples diários, como a lavagem com xampu, a escovação e o uso de secador, faziam com o cabelo. Em uma primeira bateria de testes, ela colocou mechas de cabelos castanhos que nunca haviam passado por tratamento químico de molho por 8, 16, 24 e 32 horas em um recipiente com água a 40 graus Celsius e uma pequena dose do principal componente ativo dos xampus, o detergente lauril sulfato de sódio. Analisando os fios ao microscópio eletrônico, Carla constatou que a partir de 16 horas de lavagem ou dois meses de banhos diários de 15 minutos, surgiram buracos e trincas na cutícula, a parte mais externa dos fios, composta por 6 a 18 camadas de placas sobrepostas como escamas.

Os danos aos fios aumentaram quando, numa segunda etapa, Carla tentou reproduzir uma situação mais próxima à que as mulheres enfrentam no cotidiano. Em vez de deixar as amostras de cabelo de molho, ela passou a esfregá-las suavemente com xampu por dois minutos, antes de enxaguá-las com água quente. Em seguida escovou as mechas molhadas, secou-as com um secador de cabelos e tornou a penteá-las. Desta vez os prejuízos apareceram mais cedo. A partir de 20 repetições começa a haver danos nas cutículas, conta Carla.

Executado 120 vezes, o equivalente a quatro meses de lavagens, escovações e secagens diárias, esse tratamento praticamente eliminou as cutículas. Afetou também o córtex, região interna do fio que concentra 80% da queratina do cabelo, proteína que lhe confere uma resistência à tração maior que a do aço, só se rompe facilmente um fio de cabelo por causa de seu reduzido diâmetro, que varia de 50 a 100 micrômetros (milésimos de milímetro). Um mês de banhos com essa mesma duração deixou o cabelo perceptivelmente mais claro.

Nos estudos sobre os efeitos da limpeza do cabelo, publicados na Colloids and Surfaces B, Carla e Inés apresentam a explicação completa de como o detergente do xampu afeta a integridade e a cor dos fios. A água penetra por espaços entre as cutículas, levanta-as e dissolve o material depositado entre elas em geral, restos de células mortas, originando pequenas cavidades. O detergente do xampu acelera a formação de buracos nas camadas internas das cutículas e extrai as gorduras naturais do fio.

Com o tempo, as cutículas começam a se desprender e deixam a superfície do cabelo irregular. Esses danos facilitam o ataque da água e do xampu ao córtex, originando cavidades no interior do fio pela remoção de proteínas e do cimento celular que mantém os feixes de queratina unidos. Além de mais ásperos ao toque, os fios tornam-se progressivamente mais claros. Dois processos contribuem para a mudança de tom do cabelo: o surgimento das cavidades e a destruição da melanina, proteína responsável pela cor dos fios é a quantidade total de melanina que determina se um cabelo é louro, ruivo, castanho ou negro.

No caso dos cuidados diários, os buracos na cutícula e no córtex do fio são os responsáveis pela mudança de cor do cabelo, por alterar suas propriedades ópticas. É que quanto mais cavidades há no fio, mais luz é refletida para o ambiente e menos é absorvida pelos grãos de melanina. Nos estágios avançados ocorre a destruição dos grânulos de melanina, deixando o cabelo amarelado.

Quem sente mais esses efeitos são as pessoas com cabelos longos: seus fios apresentam desgaste maior principalmente nas pontas, que pode ser agravado pela forma como se lava a cabeça. Rita Wagner, outra química da equipe de Inés, formada quase só por mulheres, submeteu cabelos castanhos e louros a dois tipos de lavagem: imersão em água com xampu (sem atrito) ou a fricção dos fios. As duas formas de limpeza foram repetidas a temperaturas diferentes, que simulavam banhos quentes e frios. Em um teste inicial, Rita observou que só a água já era suficiente para retirar proteínas do cabelo, perda que dobrava quando se adicionava xampu.

O mais nocivo, porém, foi ensaboar os fios, descreve a pesquisadora em outro artigo da Colloids and Surfaces B. A fricção é responsável por 90% dos danos à cutícula, afirma Rita, efeito que aumenta progressivamente com a elevação da temperatura da água. De acordo com Inés, o primeiro sinal de desgaste das cutículas detectável a olho nu são as pontas duplas, que surgiriam depois de um ano de lavagens massageando o cabelo.

Se o uso de xampu limpa os fios, mas os danifica a ponto de se tornarem mais opacos, embaraçados e quebradiços ao pentear, a saída seria deixar de lavar os cabelos? Felizmente, nada tão radical. O ideal é lavar a cabeça o menor número possível de vezes ao longo da semana. A decisão de quando se deve lavar o cabelo depende da percepção pessoal de que o cabelo está sujo e precisa ser lavado, afirma Inés. E não há regras, uma vez que as características dos fios e do couro cabeludo variam de uma pessoa para outra, assim como é diferente o nível e o tipo de poluição a que se está exposto diariamente. Embora quase não haja diferença de eficácia entre os produtos no mercado, o xampu adotado deve ser o que melhor se adapta ao seu cabelo e ao couro cabeludo, recomenda Inés, que diz não tomar cuidados especiais com seus longos cabelos louros. 
Para quem gosta de ensaboar a cabeça com freqüência, ela sugere o uso de xampus infantis, que contêm detergentes menos agressivos aos cabelos. Outras dicas são: friccionar o menos possível os fios, tomar banho morno, secar pouco com toalha e pentear o mínimo necessário, de preferência, com pentes de dentes largos, além de, claro, não exagerar no xampu. Também é possível usar produtos que minimizem os danos da lavagem, lembra Carla, que após anos de pesquisa na Unicamp foi recentemente contratada por uma empresa do setor.

Alguns xampus trazem em sua formulação pequenas quantidades de silicone um dos mais conhecidos é a dimeticona, polímero que recobre os fios lubrificando-os e deixando-os mais brilhantes. O silicone do xampu forma um filme sobre os fios e reduz a perda de proteínas por fricção, afirma Rita. Ela descobriu recentemente que um terceiro componente do cabelo, a medula, altera a cor e a resistência dos fios.

O silicone, no entanto, não é completamente inócuo: ele adere ao fio e não sai facilmente no enxágüe. Desse modo, facilita o acúmulo de sujeira e exige o uso de mais detergente na próxima lavagem. Muitas pessoas que acreditam ter cabelo oleoso, na verdade, não têm, diz Inés. Essa oleosidade se deve ao uso de xampu inadequado, contendo silicone.

O cosmético que mais ameniza a ação nociva dos xampus são os condicionadores. Formulados à base de gorduras e de um detergente diferente dos usados nos xampus, os condicionadores preenchem as cavidades abertas na superfície e no córtex do cabelo e fecha as cutículas, aumentando a capacidade dos fios de refletirem a luz razão por que parecem mais brilhantes. Inés comprovou também que o condicionador altera as propriedades mecânicas do cabelo. Esse cosmético deixa os fios mais homogêneos no que diz respeito à capacidade de resistir ao estiramento, explica. Como resultado, menos fios frágeis se rompem no pentear.

Mas nem os condicionadores restauram um dos tratamentos mais agressivos que Inés já viu desde que começou a investigar a eficiência de cosméticos de cabelo em 1983: o alisamento dos fios, feito por pessoas que têm cabelo crespo ou ondulado e desejam deixá-los impecavelmente lisos. Carla aplicou em mechas de cabelos crespos dois tipos de cremes alisadores encontrados no mercado, um à base de tioglicolato de amônia e outro com hidróxido de cálcio ou lítio. Em seguida, deixou agir por 20 minutos, tempo de uma sessão de alisamento, e 60 minutos (três sessões), antes de analisar os fios ao microscópio.

Ainda que usados em baixas concentrações, esses compostos deformam de maneira irreversível a estrutura microscópica do cabelo. Diferentemente do cabelo liso, de formato cilíndrico, o cabelo crespo é achatado e com torções naturais, como uma escada em caracol. Tanto o tioglicolato como o hidróxido, também usados por quem tem cabelo liso e quer deixá-lo encaracolado com um tipo de penteado chamado permanente ? destroem as ligações das fibras de queratina, desfazendo as voltas microscópicas do fio. O cabelo fica liso e mais frágil, como um fio de alumínio retorcido que é esticado. Surgem trincas e sulcos que reduzem a menos da metade a resistência dos fios ao alongamento, explica Inés.

Algo semelhante acontece no alisamento térmico em que, em vez de cremes, prende-se o cabelo entre duas chapas aquecidas de um  pequeno aparelho, a famosa chapinha, versão moderna de passar o cabelo a ferro. O cabelo fica mais opaco e áspero ao toque, diz Carla. Para melhorar sua aparência, é preciso usar muito condicionador, cremes para pentear e compostos oleosos, que funcionam como um lustra-móveis em uma mesa riscada: preenchem-se os buracos, mas não se eliminam os danos.
Se não dá para restaurar os defeitos que os cuidados diários e os tratamentos cosméticos produzem nos fios, também não é possível prevenir de forma adequada, ao menos por ora, as alterações causadas pela exposição ao sol. A engenheira química Ana Carolina Nogueira expôs ao sol durante 91 horas, o equivalente a um mês de férias na praia, amostras de cabelo branco, louro, ruivo e castanho, e repetiu o teste com luz artificial. Ela constatou que os diferentes tipos de radiação ultravioleta, ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB), danificam de forma distinta os fios de cabelo. De modo ainda não compreendido, a radiação UVA degrada a melanina, pigmento que determina a coloração do cabelo, deixando-o mais claro. E quanto mais claro o cabelo, mais claro ele fica, descreveu Ana Carolina no Journal of Photochemistry and Photobiology B.

Já a radiação UVB destrói as moléculas de queratina e deixa os fios mais frágeis. Segundo Ana Carolina, os atuais filtros solares não protegem completamente o cabelo. Eles formam um filme em torno dos fios. Como este filme contém proteínas, reduz os efeitos dos raios UVB, mas ainda se encontram em desenvolvimento produtos que reduzam a ação de raios UVA, diz a pesquisadora, que hoje trabalha em uma fornecedora de matéria-prima para a indústria de cosméticos e, com Lelia Dicelio, da Universidade de Buenos Aires, identificou um efeito inesperado dos raios UV sobre os cabelos brancos: em vez de amarelá-los, como se pensava, o sol os torna mais brancos. O que os deixa amarelos é o calor (radiação infravermelha), explica em artigo a ser publicado. Para Inés, chegou-se a um estágio em que é preciso conhecer melhor como se comporta o cabelo do ponto de vista físico e químico para que a indústria possa fabricar cosméticos que façam alguma diferença.
O Projeto: Físico-química do cabelo: diferenças com o tipo étnico
Modalidade: Linha Regular de Auxílio à Pesquisa
Coordenadora: Inés Joekes - Unicamp
Investimento: R$ 228.934,19 (FAPESP)"

Fonte: Revista Pesquisa FAPESP

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Testei: Shampoo Palmolive Neutro

Dois componentes que evito 100% em shampoos são:
- Surfactantes fortes (ingredientes que lavam/ fazem espuma). Exemplo desses surfactantes são Sodium lauryl sulfate e Amonium lauryl sulfate.
- Dimethicone (ingrediente que sela o cabelo)
Tópicos interessantes para um próximo post.

Nessa busca por produtos que possuem essas características específicas procuro em farmácias, supermercados e sites os rótulos e leio todos. Exatamente pelo que eu disse no post anterior: nem sempre o mais caro é o melhor. E produtos baratos também podem ser excelentes.

Foi o caso do Shampoo Palmolive Neutro. Ele tem uma composição de alto grau de limpeza para o dia a dia (não sendo tão forte ao ponto de ser um antiresíduos).

Para que ele é indicado: Fórmula suave / uso freqüente. Cabelo normal a oleoso.

Ingredientes principais: Mel e erva cidreira.

O que ele promete:

"Uma fórmula cremosa, suave e sem sal* (sem adição de cloreto de sódio), enriquecida com extrato de erva cidreira de origem 100% natural e mel, limpa delicadamente os fios da raíz até as pontas, deixando-os naturalmente saudáveis. Os cabelos ficam agradáveis, além de receberem uma fragrância refrescante que te acompanha."

Composição:

Aqua, sodium laureth sulfate, cocoamidopropyl betaine, potassium chloride, parfum, polyquaternium-7, tetrasodium EDTA, DMDM Hydantoin, citric acid, honey, yellow 5 (CI 19140), cymbopogon schoenanthus extract, methylchloroisothiazolinone, methylisothiazolinone, hexyl cinnamal, butylphenyl methylpropional.

O que eu achei:

Sobre o que ele promete: a fórmula não é cremosa. É de coloração amarela translúcida, típica de um produto com alto grau de limpeza (o que eu já esperava, e o que eu queria mesmo, por isso não achei ruim). Realmente ele limpa bem o cabelo, mas no ponto suficiente, sem deixá-lo áspero. A fragrância é gostosa, mas não fica no cabelo após o enxágue. Gostei muito para a função que eu comprei: a 1ª lavagem com alto poder de limpeza, para seguir com um shampoo cremoso de nutrição.

Função:

No meu caso, meu cabelo é poroso naturalmente, e ondulado, mas a raíz fica oleosa em umas 36h após a lavagem. Por isso procurei um shampoo que pudesse ser usado na raíz tirando a oleosidade excessiva, sem ressecar o cabelo (o que já se sabe que a retirada exagerada da oleosidade natural do couro cabeludo só leva ao organismo a produzir mais sebo para repor a perda).

Como eu uso:

No meu ritual diário de lavagem do cabelo é o primeiro produto que eu uso, colocando mais ou menos 1 colher de sopa nas mãos, espalhando e espumando, e depois aplicando no cabelo, mais próximo da raíz. Apenas deixo que no enxágue ele percorra pelo comprimento total dos fios.


Nota fragrância: 
Nota consistência: 
Nota resultado: 
Nota geral: 

CosDNA


Vim falar de um site que me ajuda a entender um pouco mais da química dos cosméticos. É o CosDNA.
Nele você pode procurar por ingredientes específicos ou até ver todos os componentes de um produto, caso já esteja cadastrado no site.

Por exemplo, podemos procurar por um componente específico: Dimethiconol.
Ele é um dos ingredientes do Sérum L'Oreal Professionnel Lumino Contrast.
No site temos a informação de que ele é um emoliente.

Também podemos procurar por um produto, exemplo: Shampoo L'Oreal Professionnel Lumino Contrast.
Visualizamos uma tabela com as informações de cada componente, um link para cada um deles, e informações se protegem contra raios UV, se provocam acne, e até o nível de segurança.

Ter essas informações é super importante para entendermos como nosso organismo reage à produtos diferentes. Também para saber como e quais ingredientes funcionam bem no nosso cabelo. É o que ocorre muitas vezes quando utilizamos um produto de farmácia/supermercado que faz maravilhas, e em compensação um produto de marca internacional simplesmente não vale o que pagamos. Não significa que o produto X ou Y seja melhor ou pior num geral, mas que em cada cabelo a composição química e as necessidades são diferentes.

Estamos na Era da Informação, e precisamos tirar proveito disso.

Testei: Sérum L'Oreal Professionnel Lumino Contrast

Para fazer meu primeiro review de cosméticos no blog escolhi minha última aquisição que absolutamente me apaixonei: o sérum da linha Lumino Contrast da L'Oreal Professionnel cumpre com o prometido: ilumina as mechas melhorando o contraste dos fios.

A marca já é uma favorita nas minhas prateleiras, então resolvi comprar este sérum para melhorar o aspecto do meu cabelo. Ele é liso a ondulado, loiro escuro naturalmente, e da metade para as pontas está com luzes muitoo claras. Não pretendo fazer mais luzes, então estou investindo para que os cabelos fiquem lindos assim mesmo. Uma californiana sem querer.

Usei ele com o cabelo seco (naturalmente e com secador) e ficou maravilhoso. Inclusive tirou aquele voluminho que tende a deixar uns fiozinhos voando.

A fragrância? Assim que colocamos na mão dá pra sentir um fundo do álcool que começa a evaporar. Mas ao passar nos cabelos fica um cheiro maravilhoso! Definitivamente o melhor dos cosméticos que tenho.

A consistência? É um sérum mais líquido, menos oleoso, acho que por isso mesmo que consegue dar tanto brilho nos cabelos: ele não pesa.

Componentes:

Cyclopentasiloxane, alcohol, phenyl trimethicone, dimethiconol, C12-15 alkyl benzoate, tocopheryl acetate, ethylexyl methoxycinnamate, linalool, limonene, parfum/fragrance.

Mais para frente pretendo passar algumas coisas que li a respeito da composição de cosméticos.


Nota fragrância: 
Nota consistência: 
Nota resultado: 
Nota geral: 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Prefácio

Primeiro post do blog!
Acho importante dizer à que viemos...
Quero dividir minha experiência no mundo dos cosméticos! Tantos erros e acertos, tanto dinheiro que gastamos, experiências que trocamos com amigas, primas, pessoas que conhecemos na internet... Acho interessante poder passar isso no mundo virtual onde tantas pessoas podem ler e quem sabe sanar dúvidas ou aplicar o conhecimento em si próprias/os.


Sou uma Leonina, fascinada por cabelos. Tem quem diga que é daí que vem a minha obsessão pelo cabelo perfeito sem um frizz ou ponta quebrada.
A minha opinião é que na verdade é porque sou Mulher.
E na maioria das vezes isso faz parte. Um pouco de perfeccionismo, e porque não cobranças com nós mesmas? Então vamos fazer desse caminho ao templo da beleza um pouco mais divertido e instigante.